2 de fev. de 2012

Resenha: Axolotle Atropelado


Título original: Axolotl Roadkill
Autora: Helene Hegemann
Editora: Intrínseca
Tradutor: André Delmonte
Páginas: 208
Preço médio: R$39,90
ISBN: 978-85-8057-058-8

Sinopse:
"'Vidas terríveis são a maior das felicidades', desbafa Mifti em seu diário. Aos dezesseis anos, ela assumiu sua condição de "garota-problema" participante da cena underground de Berlim, onde mora desde a morte da mãe. A narrativa de suas experiências, radicalmente influenciadas pelo uso de drogas diversas, faz o leitor mergulhar em uma sequência de acontecimentos paradoxais e incomuns.


Mifti é a protagonista de Axolotle Atropelado, romance de estreia da alemã Helene Hegemann que, aos 17 anos, conquistou a crítica literária e se transformou em fenômeno editorial no país. Pertencente a uma família disfuncional, com seus meios-irmãos ricos e negligentes e o pai egoísta, Mifti luta para dar sentido a sua vida. Em seu diário, alucinações e realidade se mesclam na descrição de sua rotina, pontuada por experiências de sadomasoquismo, autodestruição e abuso de drogas ­- entre álcool, heroína e ecstasy. Ela, que anseia por liberdade e pela fuga das convenções sociais, tece críticas à família e à sociedade alemãs e discursa sobre filmes, música e filosofia.


Em sua busca por uma parceria e por uma compreensão incondicional, Mifti adota um mascote exótico e surpreendente: o axolotle - uma espécie de salamandra mexicana que permanece em estado larvário, sem se desenvolver."


Se você está procurando uma leitura fácil e tranquila, definitivamente Axolotle Atropelado não será o livro da vez. Helene Hegemann toma o cuidado de nos fazer sentir na pele o que a protagonista Mifti passa, através de uma sequência de fatos retratada com a confusão que norteia o comportamento da menina meio às drogras, à bebida e aos relacionamentos pouco convencionais que mantém com amigos e familiares.

Um livro que causou polêmica por fazer uso de trechos e citações de blogueiros, e por retratar a realidade dos jovens na Alemanha de uma maneira bem explicita, Axolotle Atropelado tira qualquer um da zona de conforto. Chega a ser nauseante a maneira como nossa cabeça gira tentando acompanhar os monólogos da Mifti, as conversas muitas vezes sem sentido, travadas depois de uso de drogas ou em meio a relações sexuais, a mistura dos palavrões, dos termos em inglês e das palavras rebuscadas, todos juntos num mesmo parágrafo criando uma certa inconsistência, natural numa narração em primeira pessoa de uma personagem que quase todo tempo se encontra sob efeito de alguma substância.

Os relacionamentos super excêntricos que Mifti tem são com pessoas tão confusas e problemáticas quanto ela, e quando nos questionamos o porquê de um comportamento tão deturpado, ela mesma nos responde, falando sobre necessidade de atenção e tentativa de fugir de um estilo de vida monótono e tão igual a do resto das pessoas.

Pra quem tem estômago e mente fortes pra ultrapassar toda a confusão, a falta de pudores e o impacto causado pelas cenas descritas ao longo de todo o livro, Axolotle Atropelado vai desenvolver questionamentos pra além da nossa realidade, forçando o leitor a passar por cima de certos preconceitos até a última página.


Para ler o primeiro capítulo, clique aqui.

4 comentários:

  1. Já li alguns livros assim e, só assim, a gente consegue entender esse mundo sem precisar passar por tudo isso.
    Pelo menos é o acho!

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  2. Amei a resenha
    Um amigo meu comprou esse livro, e eu fiquei bastante curiosa para saber sobre o que se tratava.
    pretendo ler
    bjos

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  3. Muita gente reclamou da confusão da narrativa, mas a história em si me interessa.
    Beijos

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  4. Minha amiga está lendo e diz que é muito bom...vou ler depois :)

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